2012-06-20
Intervistado: Bruno Achadinha
Fonte ou autor:
Bruno Achadinha
Boas, quase que como em gesto de despedida e gesto de despedida deste projecto que “me deu a música” e “me deu à musica”, escrevo este pequeno texto mesmo sabendo que qualquer palavra não servirá para descrever a imensa gratidão que tenho por toda a gente que formou o que um dia se chamou de Somnvim.
Primeiramente gostava de contar a todos um pouco do meu percurso, o que talvez sirva para que alguns se elucidem e encorajem. Em tom bastante cómico resumo o meu percurso a isto: Eu era um rapazinho de 17 anos que estava no secundário, tinha uma vida que se focava maioritariamente no que se passava na escola (Embora já escrevesse há alguns aninhos na altura.) e quando chegava a casa ouvia todas as bandas de metal que conseguisse no espaço temporal de cerca de meia dúzia de horas e tentava imitar os vocalistas das mesmas. Basicamente o meu quarto era uma espécie de ”berradouro” no qual todos os vizinhos deviam pensar que se sacrificavam cabras a um deus qualquer (Acho que a minha família deveria pensar o mesmo). Assim continuei eu até que um colega meu, o “senhor” Gil Freitas, decidiu dizer-me a seguinte frase: “Tu não cantas em casa ou lá o que é? É que a banda do meu cunhado (Cujo nome é Sílvio Avelar [Ex Palha D’Aço e Sacrilegivm, também ex guitarrista de Somnivm]) está à procura de um vocalista e eles ensaiam ao pé da tua casa. Porque não tentas? Bem, eu na altura gostei da ideia mas não liguei muito àquilo. Pensava que no meio de tanta gente de música que há nesta ilha iria lá eu ter qualquer tipo de hipótese de cantar numa banda (Que é o “sonho” de quase todos os rapazes que se julgam alternativos da minha idade na altura). O certo é que eu cantava mal e eles (Na altura o Bruno Pereira, o Sílvio Avelar, o Tiago “Suicida”, o Luís “Depadua” e o Edgar Fernandes) muito devem ter sofrido dos ouvidos às minhas custas, mas o que é certo é que me pediram para ir lá mais uma vez e eu lá fui, e assim se manteve até um dia me dizerem que eu era vocalista deles (O que não foi nada fácil). Depois lá fomos “musicando” e a Isabella Jimenez apresentou-nos a proposta de darmos um concerto. Lá demos o concerto. Eu ainda não cantava lá muito decentemente e os nervos não ajudavam. Certo é que aquela adrenalina toda me deixou insaciável e eu queria mais, queria mais palcos, queria gritar mais alto, queria mais poder e mais energia. Acho que foram destas últimas referidas que se fez o percurso de Somnivm, sem esquecer acrescentar a alegria tremenda, a felicidade e o orgulho pelo que conseguimos criar, e em maior foco (E sempre o maior membro do que isto foi- as pessoas que nos rodearam), e Somnivm ao longo destes anos sempre procurou mais e melhor para si e para os seus.
Agora, deixo claros, e espero vistosos, agradecimentos aos que passo a referir. Primeiramente a todos os que fizeram a sonoridade e ambiência de Somnivm, são eles o grande “Vially”, a quem agradeço acima de tudo pelo espírito e felicidade que sempre emanou e nos deu, o grande “Depadua” que é a pessoa que mais fortemente consegue moralizar um grupo antes de um evento que eu conheço, o grande “Suicida” que sempre soube puxar por mim nas alturas em que eu menos cria que conseguiria, o grande “Xerife de Cascais” (Acho que ele não vai gostar muito desta. Risos.) que, além de ser um grande músico, formou uma imensidão do “músico” em que me tornei, o grande Edgar Fernandes “Lavrador from hell 2” que foi para mim um grande suporte em enumeras más alturas tanto não só a nível musical como também pessoal, e o grande Vítor Hugo “Perpétua” com o qual tenho pena de não ter trabalhado mais tempo pois é um enorme talento da música terceirense. Um bem-haja a todos vocês e muita sorte daqui para a frente. Resta-me agradecer a todos os que nos seguiram este tempo todo, que foram como uma massa unanime que dava o litro sempre que nós estávamos em palco e nos ajudaram a partir a loiça toda inúmeras vezes. Vou deixar também os meus agradecimentos a pessoas que me marcaram durante estes anos, como é o caso do enorme Armando Araújo, do Paulo Pereira, da Beatriz Reis, da Isabella Jimenez, da Raquel Leal, do Luis Bento, do Pedro Santos (Vocês sabem porque estão aqui) e só não prossigo porque a lista se faz extensa. As famílias de todos nós também têm os meus agradecimentos pela paciência que sempre tiveram e pelo apoio que sempre nos deram. Obrigado por fim ao Metalicidio pela oportunidade. Desejo sorte a todas as bandas dos Açores, em especial às da Ilha terceira e espero que, no meio de tanto talento, se abram finalmente as tão esperadas portas. Nunca desistam. Nós temos imenso valor cá! Abraço a todos, abraço aos Somnivm, foram, sem dúvida os melhores anos da minha vida.
Por Bruno Achadinha