2007-11-05
Intervistado: Bruno Santos
Fonte ou autor: Metalicidio.com

A Dream of Poe - \"One of us must go - into a dream - a dream of poe\"

Local: Pc - Windows Live Messenger




Queres dar a conhecer aos nossos leitores um breve resumo do teu percurso até então (em a dream of poe)?

Bem, posso com certeza afirmar que a dream of poe tem a sua origem muito antes de criar ou oficializar o projecto, isto porque adop acaba por ser o reflexo do meu passado e presente. O conjunto de acontecimentos e experiencias que tenho vivido tomam outra dimensão em a dream of poe. Fora isto penso que nao foi preciso muito para encontrar o verdadeiro rumo para adop, estreei-me com a demo \"Delirium Tremens\" que apesar de ter sido uma boa experiencia acabou por nao ser tão revelador dos meus sentimentos e experiencias como esperava. Neste momento com os temas que estarão presentes no EP \"Sorrow For The Lost Lenore\" tive em especial atenção o exteriorizar ao máximo tudo o que me ia na alma, e o resultado foi o que se ouviu no October Loud e se pode ouvir no myspace de ADOP.



Porque caiu no esquecimento o projecto \"Theatre of seven hells\" e \"A dream of poe\" ganhou tanta força?! Porquê a mudança do nome?!

Bem eu nunca estive realmente muito satisfeito com o nome \"Theatre of Seven Hells\" nem com os temas que eu estava a compor. Devido a esse facto e tambem a alguma falta de tempo Theatre of Seven Hells acabou por cair no esquecimento e quando retomei os trabalhos resolvi entao mudar o nome para \"A Dream of Poe\". Sendo eu um grande fã de Edgar Allan Poe penso que foi mesmo a melhor forma de o homenagear. A mudança de nome foi apenas um passo natural, e foi indirectamente atribuido pelo vocalista e letrista de adop. Indirectamente porque retirei o nome de um verso escrito pelo Paulo Pacheco \"One of us must go - into a dream - a dream of poe\".



Quais as bandas ( regionais, nacionais e internacionais) que mais te influenciam?!

As regionais sem dúvida Morbid Death pela sua persistência e In Peccatum, que e sem pretenciosismos visto que já era grande fã da banda muito antes de fazer parte do lineup da mesma, é a banda regional com que mais me indentifico. Nacionais Desire e Process of Guillt. Internacionais e para não me estar a estender muito, vou dar apenas 3 exemplos completamente distintos, que são eles My Dying Bride, Lacrimosa e The Cure.



Como funcionou o processo de composição das músicas e qual a inspiração para escrevê.las?!

Bem o processo de composição é razoavelmente simples, normalmente estou mais apto para compor em momentos em que me sinto mais em baixo emocionalmente, muitas vezes envolve tambem o consumo de bebidas alcoolicas o que, em situações em que estou em baixo ainda me torna mais depressivo. Neste estado de espirito é natural que os momentos mais depressivos vividos no passado venham ao de cima, e são estes os momentos que coloco nos meus temas, temas estes que humildemente os considero simples mas com uma enorme carga emocional. A nivel de letras, por minha decisão, o Paulo Pacheco está encarregue desta função, mas conhecendo-o da forma que o conheço, a sua escrita funciona quase do mesmo modo que funciona o meu processo de composição.



Foi dificil arranjar músicos para este projecto (para a vossa actuaçao no October Loud)?!

Não, muito simples até. Eu tenho uma grande amizade com os músicos que participaram comigo nesta experiência, foi tudo uma questão de fazer os convites. O André Gouveia e o António Neves, ambos de In Peccatum, já me tinham ajudado em estudio na gravação da \"Delirium Tremens\" e já nessa altura se disponibilizaram para tocar ao vivo com ADOP. O David e o Stephan também ficaram muito satisfeitos por lhes ter convidado. Também o facto de ser algo um tanto ou quanto descomprometido, ou seja só envolvia disponibilidade para se fazer ensaios para um unico concerto facilitou este processo. Penso que se fosse para criar mesmo uma banda as coisas não seriam assim tão simples.



E para próximos concertos, este projecto contará com os mesmos músicos?!

Eu gostaria imenso de manter os mesmos músicos, porque tanto eu conheço a forma de eles trabalharem como eles conhecem a minha e o espirito de ADOP. Só mesmo em caso de indisponibilidade de algum dos musicos irei recorrer aos serviços de outro. Fiquei muito satisfeito com o resultado dos ensaios e do concerto, portanto e como já referi só mesmo em caso de indisponibilidade dos músicos é que irei recorrer a outros.



Falando um pouco do October Loud, que balanço fazes desta vossa primeira actuação ao vivo?!

Pessoalmente o balanço foi muito positivo, só é mesmo pena o nosso público nao ser muito afecto de Doom, o que devido a este facto o salão estava um pouco vazio, isto comparativamente ao dia anterior. Contudo as pessoas que estavam lá para a estreia de ADOP ficaram satisfeitas, isto pelo feedback que tenho tido. Espero que todos tenham sentido a música como eu a senti, especialmente com a Whispers of Osiris que se revelou mais penosa a nivel sentimental do que previa, o que tornou complicado esconder algumas lágrimas que teimosamente insistiam em descer pelo rosto.



Como surgiu a ideia de fazer a cover de Anathema (pressure)?

Bem, eu queria fazer uma cover para quebrar algum gelo que pudesse haver entre a banda e o publico. A principio tinha-me decidido pela Comfortably Numb, cover dos Pink Floyd que está disponivel parcialmente no myspace. Posteriormente decidi que o concerto fosse uma completa surpresa, ou seja nao tocaria nenhum tema da Delirium Tremens nem a Comfortably Numb. Deste modo lembreime dos Anathema, como havia sido divulgado que eles iriam actuar nos Mosteiros e que no final acabou por nao se tornar realidade, pensei que o publico que estava á espera dos Anathema iria gostar de ouvir uma cover de anathema. Escolhi a Pressure por ser um tema muito simples e profundo o que assenta bem no espirito ADOP.



Outra grande surpresa da noite foi, sem dúvida, tu na guitarra. Porquê esta mudança?!

Bem isso aconteceu muito naturalmente. Quando iniciei as composições para ADOP fi-las todas na guitarra, ou seja passou a ser o meu instrumento de composição. Foi o modo que senti que devia ser, não foi propositado, simplesmente aconteceu e fico contente por ter acontecido porque, e apesar da ainda pouca experiencia, sinto-me muito bem com a guitarra na mão.



Quais são as tuas metas a médio/ longo prazo?!

Bem primeiro que tudo a médio prazo será terminar o EP Sorrow For The Lost Lenore, e idealmente fazer um ensaio por mês para manter os temas \"vivos\". A longo prazo apenas espero que tudo corra da forma que tem corrido actualmente, nao faço intenções de fazer de ADOP uma banda no verdadeiro sentido da palavra pois acaba por não haver muito tempo para isso visto que estou ocupado com In Peccatum e com o estudio, alem disso os musicos que tocam comigo tambem têm os seus projectos, o que seria tambem complicado para eles.



Obrigado pela entrevista e parabéns por este projecto. Para finalizar gostava que deixasses uma mensagem aos nossos leitores...

Obrigada eu pela oportunidade de poder dar a conhecer mais um pouco de ADOP. Só gostaria de agradecer a todos os que têm apoiado este projecto e estiveram na estreia de adop. Continuem a apoiar os artistas regionais do modo que fizeram no October Loud, em especial no primeiro dia. Um agradecimento especial á Vera, Andreia e Elisabeth.
Doom or be Doomed.




Filipa Matos
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