Neurolag - Perception Memory Cognition

Neurolag, um colectivo que tem dado que falar nos últimos tempos, demarca-se pela sua sonoridade algures entre o Nu Metal e, como afirmam alguns, o Metalcore. Após já ser bem conhecida pelo público micaelense a sua irreverência em palco, os Neurolag preparam-se para lançar na próxima semana o seu primeiro trabalho de estúdio, uma maqueta, de título «Perception Memory Cognition», composta por 7 temas gravada nos Spell Productions Studios. O Metalicídio foi conhecer um pouco melhor o trabalho deste quinteto.

Metalicídio - Os Neurolag surgiram através da fusão de duas bandas distintas, Sedative e Torment. Explica-nos um pouco melhor esta situação.

Não eram assim muito distintas, Torment formou-se com a saída em 2002 de dois elementos de Sedative, ambas as bandas partilharam o mesmo palco e praticamente tínhamos os mesmos ideais de composição musical. Em 2004 as coisas não estavam a correr muito bem para ambas as bandas, aí então que se decidiu reunir novamente o antigo line up mas com diferentes perspectivas, nascendo assim Neurolag, era igualmente uma forma de ocupar o tempo e fazer algo diferente de tudo o que se tinha feito antes, no entanto chegamos à conclusão que o projecto tinha condições para ser levado a “sério”.

Metalicídio - O público micaelense tem reagido bastante bem perante a vossa música apesar de muitos afirmarem que tal tipo de sonoridade já \"morreu”, já passou de moda. O que te apraz dizer sobre isso?

Sinceramente não nos importamos com o que está na moda ou não, acho que a música é arte e não algo que se come ou mete para o lixo, o nosso objectivo é exprimir o que nos vai na alma, da forma que mais gostamos. Talvez o público tenha aderido bem pelo facto de tocarmos temas com peso, mas ao mesmo tempo acessíveis, a interacção também é importantíssima, e nunca nos metemos acima do nível do público, não nos consideramos diferentes... em festivais quando acabamos de tocar, vamos todos para as grades curtir as outras bandas.

Metalicídio - «Perception Memory Cognition» é o vosso primeiro trabalho \"mais profissional\". Que metas pretendem alcançar com esta maqueta?

O objectivo principal é a máxima divulgação possível do nosso som, também esta demo encerra um ciclo e inicia outro, que a nosso ver irá ser muito melhor em termos de sonoridade e construção. O segundo objectivo (não mentindo lol) será mesmo o tentar arrecadar uns trocos para que haja a possibilidade de comprar material novo. Já andamos nestas andanças desde 2000 sem nenhum tipo de apoio, se a “família metaleira” aderir a esta demo seria uma óptima ajuda para nós, e ficaríamos muito mas muito gratos!

Metalicídio - Como é que foi trabalhar com o Bruno \"Spell\" Santos, visto que esta foi uma das primeiras experiência de gravação dele?

Foi uma experiência muito boa! O Spell alem de ser um excelente profissional e ter um sentido de humor fora deste mundo é uma pessoa super paciente! Apesar de estar mais ligado ao Doom ele entrou na nossa “onda” com uma grande facilidade e esteve sempre a par de tudo o que se podia fazer para melhorar o nosso som!
Acho que a Spell Productions Studios ainda vai dar muito que falar.

Metalicídio - Que temas abordam as vossas letras e qual a ideologia da banda e o conceito por detrás de «Perception Memory Cognition»?

Algumas letras são muito pessoais e outras abrangem uma temática mais geral, no entanto a mensagem geral é mandar um forte “coice na espinha” a todas aquelas pessoas que nos dificultaram a vida durante esses anos... elas sabem quem são...
É também uma maneira de descrever a hipocrisia e futilidade que abrange a sociedade em que vivemos.
Perception Memory Cognition, são os três passos necessários para poderes fazer uma acção ou pensamento com lógica, quando algo falha, dá-se um Neurolag.

Metalicídio - A época alta, o Verão, aproxima-se e com isto, os concertos. Que têm os Neurolag agendado para este Verão?

Infelizmente ainda não temos nada confirmado para este verão, espero que as coisas melhorem depois do lançamento da demo.

Metalicídio - Qualquer um de vocês, à excepção do vocalista, já anda por palcos há uns bons anos. Ainda me recordo de um concerto de Sedative no Teatro Micaelense, juntamente com Hemptylogic, Kaos e Hangover, que remonta já a 2002, se a memória não me atraiçoa. Como descreves o teu percurso musical ao longo destes anos?

Já andamos no mundo da música desde 2000, onde começamos a ensaiar pela primeira vez com Sedative, pisamos o palco pela primeira vez em 2001, e desde aí foi um non-stop, musicalmente já exploramos o Grunge, Post-Grunge, Nu-Metal , Metal-Core.
O percurso até hoje foi repleto de peripécias, mas por um lado foi muito bom, pois fez-nos manter os pés na firmes em terra e a cabeça fria, daqui para a frente vamos ver onde Neurolag nos leva...

Metalicídio - Se houvesse a hipótese da profissionalização era um risco que estavam dispostos a assumir?

Depende do risco, somos todos amantes da música mas temos de pensar com cabeça e não com o coração, se aparecesse uma oportunidade teríamos de analisa-la muito bem, pois temos elementos que trabalham e estão começando a organizar a sua vida. O mundo da música não é aquele mar de rosas como vemos na Mtv, muitas vezes não basta ter um bom som para vingar...

Metalicídio - Uma última palavra para os seguidores da banda e para todos os que estiverem a ler esta entrevista...

Um muito obrigado pelo apoio e continuem a dar força a todas as bandas Açoreanas pois elas merecem, qualidade não falta por aí! Espero que apreciem da demo e dos novos temas que virão num futuro muito próximo!
Keep your heads banging!

João Arruda