2007-07-04
Intervistado: Miguel Raposo
Fonte ou autor: Metalicidio.com
Psy Enemy
Psy Enemy são um quinteto de S. Miguel que se estreou em palco em 2002 e hoje, volvidos 4 anos, apresenta-se como um colectivo forte e coeso com provas mais que dadas no underground açoriano. Tendo passado já por dezenas de palcos, não só em S. Miguel como, por exemplo, na ilha Terceira, os Psy Enemy apresentam-se agora de \"cara lavada\", com uma sonoridade mais técnica, mais profissional e com novo line-up. O vocalista Miguel Raposo falar-nos-á um pouco sobre isso..
Metalicídio - 5 anos de pura brutalidade. Como descreves esta meia década de \"trabalho\" ao serviço dos Psy Enemy?
Não são 5, mas 4 anos. Estou a gostar do nosso percurso, repleto de aprendizagem, exploração, com os seus altos e baixos mas muito positivo.
Metalicídio - Recentemente o vosso guitarrista e baixista, João e Fábio, decidiram abandonar o barco, tendo sido rapidamente substituidos por Fábio Amaro e Paulo Andrade, respectivamente. O que se passou para, de um momento para o outro, 5 anos depois, terem abandonado assim os Psy Enemy?
É muito simples, como não somos profissionais, temos de fazer pelo nosso meio de subsistência, e chegamos a alturas que temos de optar em prol do nosso futuro, o Fábio está a estudar no continente e o João tem uma vida muito ocupada impedindo-lhe de estar a 100% no projecto.
Metalicídio - Tens assumido ultimamente uma postura cada vez mais inconformista e polémica não só nos temas de Psy Enemy como na atitude em palco. O que te cabe dizer sobre isso? Trata-se de uma \"manobra de atracção\" ou de um \"dizer o que vai na alma, venha o que vier\"?
Dado o actual estado do mundo, se não existir quem tome atitudes inconformistas, ele nunca irá mudar. No que diz respeito a polémicas, eu afasto-me delas, prefiro agir em vez de alimentar especulações, especulações estas que só existem se um certo numero de pessoas começar a dar importância a factos sem importância nenhuma, algo banal nessa terra, visto que, há pouco que fazer, há até quem dê mesmo muita importância ao que digo nos concertos, transcrevendo liricamente coisas que digo durante os espectáculos, fazendo a sua interpretação. Só é pena não haver mais uns 500 como ele, era sinal que nos acompanhavam em todas as actuações. Se a minha maneira de estar em palco atrai pessoas para o nosso concerto quer para gozar de um espectáculo de entretenimento, quer para prestar atenção ao que digo para “coscuvilharem”, só os posso agradecer pela sua presença.
Metalicídio - Á nova sonoridade de Psy Enemy, e mais concretamente ao tema The Abnormal Contexts Of Regularity, têm sido apontadas semelhanças aos suecos Meshuggah, por vezes em tom de \"quase-crítica\". Consideras injusta tal acusação? Aproveito para te perguntar pelas influências de Psy Enemy e o que vos move.
Há que diferenciar 2 aspectos: um é dizer que fazemos plágio de Meshuggah, outra será dizer que praticamos a mesma sonoridade. Como praticamos o estilo que Meshuggah inventou, é obrigatório dizer que somos influenciados por eles como é óbvio, mas influências são tudo o que ouvimos, o que seria um leque muito diverso.
Metalicídio - Os Psy Enemy também são conhecidos pela forte carga de brutalidade e frontalidade a nível lirico. Que retratam as tuas letras?
As nossas letras abordam teorias sobre o insconsciente, explorando-o, criamos confrontações psíquicas e exprimi-mos as suas principais consequências.
Metalicídio - A vossa banda também é conhecida por já ter passado por várias dificuldades para arranjar sala de ensaio. Tal problema já se encontra definitivamente resolvido?
Mais ou menos, a nossa sala de ensaios pertence a um estabelecimento comercial (Armazém Toronto) e se precisarem do espaço ficamos sem sala novamente.
Metalicídio – Apesar de domingo passado não terem arrebatado nenhum prémio no II Concurso de Música Moderna da Ribeira Grande, saíram vencedores, pelo que ouvi e li, pois cativaram e ganharam o respeito do público presente com a vossa profissional e brutal actuação. Que balanço fazes do Concurso?
Quem participa num concurso, sabe que só existem duas soluções, perder ou ganhar, não adianta estar a desculpar-nos de algo, a verdade é que não ganhamos. Congratulo os vencedores. A actuação correu bem e pelo que sei angariamos mais uns fans, o que é algo sempre bom. Digamos que foi um concurso positivo pelo lado de termos tocado e demonstrado o nosso trabalho, mas negativo pelo aspecto que soube-nos a pouco.
Metalicídio - O que andam os Psy Enemy a planear para este Verão?
Ensaiar, já temos uns concertos agendados, dia 21 de Julho com Mnemic, Reaktor e Stampkase no Coliseu Micaelense (Festival “Alta Tensão”) e a 23 de Agosto com Stampkase, existem outras datas ainda em negociação.
Metalicídio - Para quando uma gravação em estúdio, visto que a demo que iam lançar ao vivo no Roquefest 2005 nunca chegou a conhecer a luz do dia?
Espero eu que seja ainda esse Verão, vamos lá ver
Metalicídio - Quais as vossas metas a médio/longo prazo?
A médio prazo continuaremos a trabalhar para que a nossa música consiga chegar ao maior número de ouvintes. A longo prazo preferimos não criar muitas expectativas.
João Arruda (Metalicidio.com)