2001-03-11
Intervistado:
Fonte ou autor: World Music

In Peccatum - Persistência de Peso

Os In Peccatvm são um dos colectivos mais persistentes de todo o movimento metálico dos Açores. Apesar de algumas alterações na formação, o núcleo duro permanece intacto, fruto da grande vontade em levar longe, um projecto de raízes que tanto abordam o Heavy Metal na sua linha mais dura, como enveredam por sonoridades que se cruzam pelos caminhos do gótico e do doom.

Como é que foram as reacções à vossa última maqueta «Just Like Tears»?

As reacções à maqueta, foram muito positivas e encorajadoras. Tendo em conta as poucas condições disponíveis e o produto final, só podemos, mesmo, estar satisfeitos, sobretudo quando vemos o nosso trabalho reconhecido em publicações e entidades como a Riff, Loud, Guardians of Metal...

Essas reacções superaram as vossas expectativas ou não?

De modo algum, pois estávamos conscientes da nossa progressão. Enquanto que a nossa primeira maqueta \"In Beauty \" foi um \"tiro no escuro\", dado que foi gravada em muito pouco tempo e ainda não tínhamos atingido a maturidade que se exige para um registo, a última demonstração de som, \"Just Like Tears...\" foi produto de um trabalho mais elaborado, reflectindo uma notória evolução a nível da composição dos temas e uma maturidade musical mais vincada.

Como é que foi feita a promoção desse registo?

O lançamento de \"Just Like Tears...\" foi feito em directo no extinto programa de rádio \"Os Santos da Casa\" (Eduardo Reis), sendo devidamente publicitado com cartazes e \"flyers\" espalhados por Ponta Delgada e não só. Foram dados, também, alguns concertos nos meses que se seguiram ao lançamento do registo. Tal como na primeira maqueta, todo o processo de promoção foi feito exclusivamente por nós, quer a nível de marketing, quer a nível de contactos com os media.

A nível de distribuição, como é que tudo aconteceu?

Tal como já referimos, também a distribuição foi inteiramente feita por nós, tanto em Portugal como no estrangeiro, contando em Ponta Delgada com o indispensável apoio de algumas lojas de discos. Digamos que foi um processo normal, dentro das nossas possibilidades.

Já agora, quantas cópias foram vendidas?

De uma primeira edição de 200 cópias, foram até agora vendidas e distribuídas à volta de 170 unidades. Pode parecer um número irrisório, mas tendo em conta os objectivos por nós delineados é um número considerável.

Houve algum contacto com as editoras ou ainda não?

Até ao momento ainda não procuramos nenhuma editora, e também não fizemos por isso. Muito sinceramente, para já não nos interessa estar a assinar contratos que nos possam vir a condicionar. Temos que ter em conta que somos pouco conhecidos e não nos interessa, de modo algum, ter uma tiragem de 1000 ou 2000 discos a criar pó nas prateleiras das lojas de discos.

Obviamente, já existe novo material em termos musicais...

Sem dúvida. Presentemente encontramo-nos em avançado estado do processo de composição, tendo em vista um novo registo para 2002.

A linha sonora mantém-se ou sofreu alguma alteração?

Basicamente mantemos a mesma linha de orientação musical, ou seja, uma sonoridade gótica trespassada por uns laivos de Heavy Metal. O que quer isto dizer? Que a uma base de teclados serena e melancólica, juntamos vozes limpas ou vociferadas acompanhadas de guitarras distorcidas, combinando elementos de diferentes universos (clássico, neo-romântico, gótico...)

E em relação ao Line-Up da banda?

Voltamos ao nosso Line-Up inicial, ou seja, Neves (guitarra/voz), Gouveia (baixo) e Almeida (bateria), uma vez que o teclas teve que se afastar por motivos pessoais e profissionais, sendo o seu lugar preenchido, em futuros concertos ou gravações, por um músico convidado. Passaremos, ao vivo, a contar com a presença de dois músicos convidados: um segundo guitarrista (como já tem acontecido) e um teclas.

Para quando e em que formato pensam lançar um novo registo?

Como já referimos, anteriormente, temos em mente o lançamento de um novo registo lá para meados de 2002 e, desta vez, iremos abandonar as saudosas cassetes e enveredar pelo formato digital.

É desta vez que vão gravar num estúdio a sério, ou vão apostar novamente numa gravação \"caseira\"?

Não, desta vez vamos para os estúdios da M.M. Music com o produtor Eduardo Botelho, o mesmo que assinou os trabalhos de Morbid Death.

Entrevista por José Andrade
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