2002-05-18
Intervistado: Ricardo Santos
Fonte ou autor: World Music

Morbid Death - O regresso da lenda

Pioneiros da cena Thrash Metal açoriana, os Morbid Death acabam de lançar o seu segundo álbum de originais, mais de uma década depois do início da sua formação. «Secrets» revela uma banda mais madura e capaz de chegar a novos mercados. Ricardo Santos, vocalista/baixista e único membro fundador do colectivo, falou-nos acerca do novo disco. Os \"segredos\" seguem dentro de momentos...

Exactamente quando é que este disco começou a ser gravado?

Não me recordo da data precisa, mas creio ter sido em meados de 1999...

A que se deveu esse atraso?

Antes de mais, somos uma banda amadora, o que quer dizer que cada um tem a sua vida profissional e pessoal. Como se isso não bastasse, estivemos seis meses sem local para ensaiar, numa altura em que já estávamos a gravar. Além disso, o Eduardo Botelho (Produtor) teve outras bandas em estúdio e, finalmente, a época de concertos colocou de parte todo o trabalho de estúdio, por diversas vezes.

Achas que, de alguma forma, este disco perdeu o prazo de validade?

Não creio, até porque o \"feedback\" que estamos a receber indica precisamente o contrário. Isso acontece porque não seguimos as modas, ou seja, fazemos aquilo que gostamos sem olhar ao que está ou não em voga...

Como é que defines a sonoridade deste disco?

Deixo essa questão para os entendidos na matéria. Na minha perspectiva, e na de outras pessoas, acho que é Thrash/Gothic.

Em termos de produção, este disco está como vocês queriam?

Neste momento sim! É provável que daqui a algum tempo mude de ideias, o que é muito normal em tudo em que acontece. Actualmente, existem temas pertencentes ao nosso primeiro disco que, nesta altura, teriam outro tipo de arranjos. Isso tem a haver com a evolução das coisas.

O que é que vos levou a rescindir o contrato com a Independent Records?

Quando o nosso manager (Rui Correia - Sea Spirit Produtions) assumíu os comandos da banda, conversou com os responsáveis pela editora e notou que houve um certo desinteresse da parte deles. Logo, houve a necessidade de encontrar uma editora que, não só fosse especializada em Metal, bem como fosse de encontro aos nossos planos. A Recital foi, por isso, uma boa aposta...

Achas que esse desinteresse teve a haver com as vendas do trabalho anterior?

Esse desinteresse surgíu porque eles estavam virados para outro tipo de negócio que não o da edição de discos ou promoção de bandas. Aliás, outras bandas dessa editora acabaram por fazer o mesmo que nós.

O que é que esperas deste disco?

Sem sombra de dúvida, o reconhecimento no continente português e não só. Felizmente, as coisas encaminham-se para isso. A partir daí, pretendemos actuar o maior número de vezes possível, que é o nosso objectivo. O resto, depois vê-se...

Consta que este disco vai chegar ao mercado europeu. Concretamente onde?

Sabemos que a editora vai apostar no mercado europeu e não só. Quanto ao resto, é uma estratégia da própria Recital Records.

De quantos exemplares foi a edição deste disco?

Mil exemplares...

Achas que isso chega, tendo em conta que vão estar no mercado europeu?

É óbvio que o disco não deverá chegar a todos os sitios, mas posso dar o exemplo dos Oratory que deverão ter começado por uma edição de mil cópias e que já vão nas dez mil. Será que o mesmo nos vai acontecer? Pode ser que sim...

Já agora, o contrato que vos liga à Recital é de quantos discos?

O contrato prevê apenas este disco...

O futuro da banda depende do resultado deste disco?

Não, de forma alguma. Se este disco tiver boa aceitação, continuaremos na Recital mas se isso não acontecer, a banda não vai acabar. Nós estamos na música por \"amor à camisola\" e esse eventual contratempo não nos vai afectar a esse ponto.

No concerto de apresentação, tocaram um tema novo. Existem mais?

Sim, já temos material para um novo disco. Paralelamente aos ensaios para os concertos, compomos novos temas.

O novo material segue a mesma linha?
Sim, como já disse, não andamos com o sentido nas modas. Fazemos o que gostamos e nada mais que isso...

Entrevista por José Andrade
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