2005-09-25
Intervistado: Bruno Santos e Fábio Alonso
Fonte ou autor: Metalicidio

Sacred Tears - O futuro demoCD


Data: 24 Setembro 2005
Local: Bar Hotel Avenida
Hora: 00:28 am
Entrevistador: Rui Melo
Entrevistados: Bruno Santos & Fábio Alonso


Façam-nos uma curta apresentação da banda?

Fábio Alonso - Na teoria a banda iniciou-se numa garagem em Fevereiro de 2002, mas só começamos mesmo a ensaiar se não estou em erro em Outubro, apenas com 4 elementos: o Ruben, eu (Fábio), o Rui (antigo baixista) e o outro Rui, o baterista. A banda foi evoluindo aos poucos mas entretando deu-se alterações radicais na banda até chegar ao line-up actual: Ruben Ferreira (guitarrista); Eu – Fábio Alonso – (guitarrista); Bruno Santos (teclista); Susana Oliveira (voz); Nélio Tavares (voz); Milton Costa (baterista) e Ricardo Botelho (baixista).

Qual a razão para que, ao longo do vosso percurso, tenha existido tantas alterações no line-up?

Bruno Santos - Basicamente foram todos motivos pessoais, a não ser o Aguiar (antigo vocalista) que saiu por decisão da banda. Faltava aos ensaios o que se tornava muito complicado. E até chegamos à conclusão que só com um vocalista dava perfeitamente! Em relação ao Pacheco foi uma decisão pessoal dele. Os motivos? Ainda estamos por perceber... foi só “ as estrelas, as estrelas” – é um homem muito profético (risos). Depois disso, a banda teve uma grande recaída. Entrou o Filipe para a voz, mas teve lá pouco tempo. A seguir entrou a Jenny mas também teve pouquissimo tempo. Em Março de 2003 saiu o baterista a vocalista e o baixista...

... a banda esteve uns tempos parada não foi? Onde foram encontrar forças para ressurgir?

Fábio Alonso - Estivemos sensivelmente 1 ano e meio parados. Não queriamos que uma coisa para a qual nos esforçamos tanto no inicio desvanecesse assim tão depressa. Tinhamos muito trabalho feito. Até perdi dois anos da escola por causa da banda! Basicamente foi amor à música.

Quais as vossas influências mais marcantes a nível de bandas nacionais e internacionais.

Bruno Santos - De um modo geral não podemos dizer que tocamos um estilo pré-definido. Temos uma mistura de progressivo com death metal e doom à mistura e derrepente ainda vamos buscar uma pitada de gótico...

... querem dizer então que são polivalentes?

Bruno Santos - Exactamente. Funciona assim como uma salada russa. De um modo geral, podemos citar Dream Theater para o lado progressivo e os My Dying Bride para o lado doom. Talvez o que mais se enquadra no estilo que estamos a tocar é Arch Enemy e Opeth.
Falando individualmente, eu – Bruno Santos – por acaso vou mais para o lado do gótico e do doom, com bandas nacionais como os Desire e Moonpsell, e bandas internacionais como os Lacrimosa. A nível de black metal, vou mais para a onda dos Dimmu Borgir. O guitarrista solo identifica-se mais com o lado progressivo com Dream Theater e com Os Metallica para o lado Heavy/Trash. O guitarrista ritmo prefere a onda do black metal com Cradle of Filth. O baixista identifica-se mais com o nu-metal e black metal. O baterista prefere o death metal sueco principalmente Arch Enemy. O vocalista Nélio, definitivamente death e doom metal, e a Suzana vai mais par ao lado do Epic Gothic Metal na onde de Épica e After Forever.

Com a entrada de Nélio Tavares para os Sacred Tears acham que a banda seguiu um novo rumo? Estão satisfeitos com essa mudança?


Bruno Santos - Os Sacred Tears tinham já seguido um novo rumo antes da entrada do Nélio. A parte instrumental já seguia uns contornos mais agressivos e foi ai que decidimos pôr uma voz mais agressiva na banda, ou seja, a voz complementou o instrumental. Como já conheciamos o Nélio foi só uma questão de se falar e tudo correu sem grandes problemas. Foi um regresso do Nélio um pouco dificil até porque a voz é um instrumento muito delicado, mas agora está tudo bem e estamos muito satisfeitos!

No final do mês de Agosto a banda decidiu gravar um Demo-CD que, como sabemos, está a cargo da Neburecords. Como estão a correr as gravações?

Fábio Alonso - Até agora estão a correr muito bem. O Produtor é excelente e o local também. A maneira do Produtor trabalhar conosco é fantástica.

Porque escolheram a Neburecords e não outro estudio para grava o vosso Demo-CD?

Fábio Alonso – Porque foi a NR que nos ofereceu melhores condições. Um aspecto importante, para além do preço, é a questão dos limites de tempo, que na NR não existe.

Bruno Santos – é o melhor estúdio no que toca à relação qualidade-preço. Por exemplo, na MMMusic se ficasse defenido 6h de gravação e se, por acaso, ultrapassassemos esse período já estariamos a pagar extras, e disso não haveria dúvidas!

... e nunca puzeram a hipótese de gravar em Lisboa?

Bruno Santos – Não. Nunca foi posta essa hipótese porque isso ia dispender muito mais dinheiro: passagem, estadia, alimentação. Acho que não justificava por ser apenas um Demo-CD. Temos alguns contactos no estrangeiro, nomeadamente na Noruega, mas isso não garante nada à partida. Acho que na NR temos a qualidade perfeita para nos apresentarmos ao público.

Tiveram algum apoio financeiro ou todos os custos da gravação vão sair do bolso da banda?

Bruno Santos - Não houve qualquer tipo de apoios, mas também não procuramos! Agora, mesmo que procurassemos não sei se o apoio fosse dado. Primeiro, sendo uma banda de Metal há sempre aquele estereótipo de “drogados”... enfim, o costume. Segundo, se pedissemos talvez teriamos de esperar até ao próximo ano.

Fábio Alonso – É muito dificil conceder um apoio para uma banda de metal. A Câmara mesmo assim, agora com essa Presidente (Dr. Berta Cabral), tem feito um bom trabalho junto das bandas de Metal, em vez de ser só junto daquelas “pimbalhadas” que vemos para aí.

... acharam a Maratona de rock uma boa iniciativa?

Bruno Santos – Sim, mas acho que 15 bandas no mesmo dia foi excessívo. Penso que poderiam ter dividio as duas fases (rock e metal) em dois dias. Não tive a oportunidade de ver a Maratona até ao fim, mas notei que quando as bandas de rock estavam a tocar o som até estava bom. Agora, quando entraram as de metal o som piorou.

... a culpa foi de quem?

Bruno Santos - Ah... isso ai não sei! Mas o facto de ter sido tudo numa noite foi o principal problema.

Embora ainda não esteja concluído, quem está responsável pelo design e manutenção do site dos Sacred Tears?

Bruno Santos – Tudo o que diz respeito ao site estou eu encarregue. Já tivemos outras versões antes da actual, mas penso que esta favorece mais, é de mais fácil acesso, mais intuitivo. Por exemplo: na secção da “Biografia” podemos ver não só a Biografia, como também todos os membros e ex-membros da banda. Futuramente os Sacred Tears vão ter um novo domínio, o sacredtears.net e também um novo logotipo que está encarregue do Paulo Bettencourt (guitarrista de Morbid Death).

Querem adiantar algo sobre o trabalho a ser editado? Algum aspecto curioso?


Fábio Alonso – É uma gravação normal. Só esperamos que saia o mais rapidamente possível para saber a opinião do público.

Bruno Santos – O que posso adiantar do resultado final? Já ouvimos um excerto da bateria e posso dizer até que está a nível de muitas bandas que gravam fora de Portugal. Claro que não ouvimos o resultado final, mas já ouvi bandas internacionais com qualidade sonora a nível de bateria pior do que a nossa!

... achas então que o público no geral vai ficar supreendido?

Bruno Santos – Espero bem que sim, não é? (risos)

Fábio Alonso – Vão ficar porque o público não conhece essa nova versão dos ST. Estavam habituados a uma versão mais calma. Agora vão ter uma versão mais brutal, com vozes brutais – toda a gente conhece o Nélio – e para além disso junta-se uma voz desconhecida, a da Suzana que veio complementar a voz do Nélio. Acho que o som está muito bom.

Para quando o lançamento do Demo-CD?

Bruno Santos - Não temos uma data ainda prevista, até porque as gravações ainda estão no início. Falta ainda as guitarras, teclado, vozes, editar as capas dos CD’s e editar o DVD. O DVD vai ser editado por mim, mas claro, com a ajuda de outras pessoas porque eu sozinho não dou para tudo! O DVD não vai contar com concertos, até porque não temos nenhum filmado. Vai ser à base de documentário, com cenas no estúdio, sala de ensaios e outras cenas caricatas.

Fábio Alonso - ... outras violentas. (risos)

Para finalizar, e para não variar, o que pensam do Metalicidio.com?

Bruno Santos – Acho que o Metalicidio.com foi uma boa aposta no sentido que veio unir a comunidade Metal açoriana. Essa comunidade estava um pouco desfasada e com o Metalicidio.com e principalmente com o Fórum Metalicidio a comunidade uniu-se. Penso que foi extremamente positivo e queremos desde já agradecer ao Metalicidio.com essa oportunidade de entrevista que, por sua vez, irá também pertencer ao nosso DVD. Ah... e devo acrescentar também que o Metalicidio.com foi um meio de contacto entre os Sacred Tears e o Paulo Bettencourt para a elaboração do logotipo! Desde já o nosso obrigado por essa oportunidade. (risos)

Fábio Alonso – Penso que mais do que unir as bandas açorianas, o Metalicidio.com permitiu chamar para a nossa comunidade bandas de Portugal Continental, e isso vê-se no Fórum. Acho uma boa iniciativa.

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